terça-feira, 27 de novembro de 2012
A boneca
Deixando a bola e a peteca
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: "É minha!"
"É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca...
Olavo Bilac
domingo, 9 de setembro de 2012
Pirilampos
Quando a noite
vem baixando,
nas várzeas ao lusco-fusco
e na penumbra das moitas
e na sombra erma dos campos,
piscam piscam pirilampos.
São pirilampos ariscos
que acendem pisca-piscando
as suas verdes lanternas,
ou são claros olhos verdes
de menininhos travessos,
verdes olhos semitontos,
semitontos mas acesos
que estão lutando com o sono?
Henriqueta Lisboa
O nariz do pirilampo
Crianças eu vou contar...
Vocês não sabem o que eu vi,
vi um pirilampo apagado,
chorando descontrolado
escondido lá no mato,
não sabia pra que lado
pudesse fugir folgado
do bico do bem-te-vi.
Não o pisei, foi por um triz.
Já estava anoitecendo,
risco, ele não mais corria
ao menos na escuridão,
pois bicho algum o veria.
Coisa que ele não queria,
era virar lanche ou petisco
de passarinho comilão.
Então, a procurar se pois,
a luz da sua lanterninha,
perdida depois do baile.
Na festa de casamento
dos amigos formiguinhas.
Até quis voltar pra casa
na madrugada festiva,
mas como ia alumiar
sem a traseira acesinha.
Só quem enxerga de noite
é a sua amiga corujinha.
Não se via patavina
Há um palmo do nariz
Afinal quem é que sabe!
[pirilampo tem nariz?]
José Silveira
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Na savana africana
Fomos ver as focas
O urso, o camelo
Mais o crocodilo
E a cobra capelo.
A girafa é muda,
O tigre arrogante,
O meu preferido
É o elefante!
O macaco tonto
É um bom farsante
Gosto muito mais
Do gordo elefante!
Com medo do leão,
Pasmei adiante.
O Rei do Jardim
É o elefante!
( Desconheço o autor)
O ratinho musical
Meu quarto é um violino,
a minha rua um piano
junto ao largo do tambor
é que eu moro todo o ano.
Minha escada é uma harpa,
nos pratos da bateria
vou sempre matar a fome,
seja noite ou seja dia.
Para andar de carrossel
eu ponho um disco a girar.
Bato-lhe com a batuta
se um gato me vem caçar.
Para namorar as ratinhas
canto lindos madrigais
e em vez de notas de banco
uso notas musicais.
Luísa Ducla Soares
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O elefante
Um elefante
Tem que ter atenção
É um bicho gigante
Não cabe na televisão
Se esticam sua pele
Parece um balão
Deitado no papel
É um grande borrão
E se você julga
Que parece mal
Falar assim deste animal
Pode pôr uma pulga
Como ponto final.
( Desconheço o autor)
Senhor elefante
Senhor elefante
É muito trombudo.
É pouco elegante
E muito orelhudo.
Mas bichinho simpático
E bem brincalhão,
Até faz ginástica
Sem cair no chão.
( Desconheço o autor)
segunda-feira, 2 de julho de 2012
A história de Dona Baratinha
Dona Baratinha estava varrendo a casa quando encontrou uma moedinha, e pensou que estava rica e já estava na hora de se casar, se arrumou toda, colocou uma fita no cabelo e correu para a janela para ver se arrumava um noivo, e cantava: ♫ --- Quem quer casar com a dona baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha? E os pretendentes foram se aproximando, o boi, o cavalo, o cachorro, o bode, o carneiro, o gato, o galo, e até um papagaio, mas todos eles eram muito barulhentos, dizia dona baratinha que não poderia dormir com tanto barulho. Até que se apresentou o senhor Rato, falava tão baixinho que dona Baratinha nem conseguia ouvir direito e quis casar com ele, mas o ratinho estava mesmo era pensando na comida que seria servida. Prepararam uma grande festa com bolo, doces e feijoada. Dona Baratinha toda enfeitada seguiu para a igreja de braços dados com o Besouro que era padrinho, chegando lá, o noivo não havia chegado, depois de muito esperar dona Baratinha ficou nervosa e disse que não se casava mais, e foi embora com muita raiva do Sr. Rato, chegando em casa viu o desespero das cozinheiras, que contaram que o ratinho guloso foi experimentar a feijoada e caiu dentro do caldeirão. Dona baratinha ficou viúva antes mesmo de se casar. Chorou bastante, mas depois se conformou, dizendo que o ratinho gostava mais de feijoada do que dela, e que aquela história não poderia mesmo ter dado certo.
domingo, 15 de janeiro de 2012
Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
( Poema de Manuel Bandeira )
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