domingo, 9 de setembro de 2012

Pirilampos





Quando a noite

vem baixando,

nas várzeas ao lusco-fusco

e na penumbra das moitas

e na sombra erma dos campos,

piscam piscam pirilampos.

São pirilampos ariscos

que acendem pisca-piscando

as suas verdes lanternas,

ou são claros olhos verdes

de menininhos travessos,

verdes olhos semitontos,

semitontos mas acesos

que estão lutando com o sono?


Henriqueta Lisboa

O nariz do pirilampo





Crianças eu vou contar...
Vocês não sabem o que eu vi,
vi um pirilampo apagado,
chorando descontrolado
escondido lá no mato,
não sabia pra que lado
pudesse fugir folgado
do bico do bem-te-vi.

Não o pisei, foi por um triz.

Já estava anoitecendo,
risco, ele não mais corria
ao menos na escuridão,
pois bicho algum o veria.
Coisa que ele não queria,
era virar lanche ou petisco
de passarinho comilão.

Então, a procurar se pois,
a luz da sua lanterninha,
perdida depois do baile.
Na festa de casamento
dos amigos formiguinhas.

Até quis voltar pra casa
na madrugada festiva,
mas como ia alumiar
sem a traseira acesinha.
Só quem enxerga de noite
é a sua amiga corujinha.

Não se via patavina
Há um palmo do nariz
Afinal quem é que sabe!
[pirilampo tem nariz?]


José Silveira


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Na savana africana



Fomos ver as focas

O urso, o camelo

Mais o crocodilo

E a cobra capelo.



A girafa é muda,

O tigre arrogante,

O meu preferido

É o elefante!



O macaco tonto

É um bom farsante

Gosto muito mais

Do gordo elefante!



Com medo do leão,

Pasmei adiante.

O Rei do Jardim

É o elefante!

( Desconheço o autor)

O ratinho musical




Meu quarto é um violino,
a minha rua um piano
junto ao largo do tambor
é que eu moro todo o ano.

Minha escada é uma harpa,
nos pratos da bateria
vou sempre matar a fome,
seja noite ou seja dia.

Para andar de carrossel
eu ponho um disco a girar.
Bato-lhe com a batuta
se um gato me vem caçar.

Para namorar as ratinhas
canto lindos madrigais
e em vez de notas de banco
uso notas musicais.

Luísa Ducla Soares